Uma pesquisa realizada pelo Itaú Unibanco em parceria com Datafolha, com o objetivo de avaliar o comportamento financeiro do brasileiro constatou que falar de dinheiro ainda é um tabu, e lidar com as finanças é um enorme desafio.
Quase metade dos entrevistados nesta pesquisa relataram evitar pensar em dinheiro para não ficar triste, ou não alimentar sentimentos de culpa, porque acreditam estar sempre fazendo algo errado quando o assunto vem à tona.
As conversas e as trocas entre as pessoas sobre as melhores maneiras de controlar e tomar decisões sobre suas finanças, que poderiam ser saudáveis, quase não acontecem, e isso gera um círculo vicioso, passado de pais para filhos, e ajuda a criar gerações inteiras que nunca tiveram a possibilidade de pensar sobre educação financeira.
Essas dificuldades podem ser explicadas por fatores sociais, econômicos e culturais, levando em consideração que a maior parte da população sequer conta com tempo e recursos para pensar em questões como, geração de renda, poupança, investimento e administração de patrimônio.
Pensando nisso, elaboramos este texto com 5 formas de um menor de idade ter cartão de crédito, mas que além disso, trata da oportunidade de virar a chave e romper com crenças limitantes que impedem muitas pessoas de aprenderem, de uma vez por todas, a fazer melhores escolhas e tomarem decisões acertadas quando o assunto é finanças.
Porque é importante lidar com o dinheiro desde cedo
A educação financeira, numa sociedade capitalista e consumista como a nossa, nada mais é do que a possibilidade de tomar decisões conscientes sobre o dinheiro, ter controle sobre seu uso, e saber onde ele é ou não empregado.
A conversa franca sobre o dinheiro é crucial e precisa ser abordada desde a infância, não apenas para a criação de responsabilidades nas crianças, mas para o enraizamento de uma cultura positiva e natural sobre finanças.
Este é um assunto que gera muitas dúvidas, um verdadeiro desafio, e muitos se perguntam: Como ensinar algo que eu mesmo não domino?
Mas a resposta para esta questão envolve certa dedicação, envolvimento e vontade de aprender junto com os filhos. O que é enriquecedor e pode definir um futuro mais tranquilo para as novas gerações.
Alguns fatores são importantes para estabelecer uma educação financeira eficiente, veja alguns:
- Entender a diferença entre querer e precisar;
- A importância de dizer não;
- Conversas sobre trabalho e remuneração;
- Falar sobre como o dinheiro funciona para criar uma perspectiva do valor das coisas;
- Incluir as crianças e adolescentes nas decisões financeiras, levando-as ao mercado, lojas e deixando que elas façam parte das conversas sobre economia doméstica.
Estas são apenas algumas maneiras de semear práticas que auxiliam na organização, e no exercício dos sentidos de responsabilidade e partilha na família, de cultivar autocontrole, conseguir se planejar e, sobretudo, construir autonomia para gerir o próprio dinheiro.
Formas de um menor de idade ter cartão de crédito
Ter cartão de crédito facilita a vida de muitas pessoas, e se bem usado, pode ser um grande passo na formação e processo de educação financeira dos mais jovens.
O cartão de crédito pode ser uma boa opção para aprimorar a responsabilidade financeira e ajudá-los a construir um comportamento positivo com relação ao dinheiro. E existem algumas condições especiais para que isso seja possível. Conheça as 5 principais:
1. Cartão de crédito adicional
Esta primeira maneira se destina aos filhos e/ou dependentes. O responsável, titular do cartão, pode solicitar um cartão adicional ao que já possuem.
O titular compartilha tanto a fatura (e é sempre responsável pelo pagamento da fatura) quanto o limite do cartão (lembrando que é possível determinar um limite diferente para o cartão adicional).
2. Jovem emancipado
A emancipação se trata de um documento feito em cartório que garante que o adolescente atingiu a capacidade civil, ou título de independência, antes dos 18 anos.
Se esse for o caso, o jovem emancipado pode solicitar um cartão de crédito para si.
3. Cartão de crédito para universitários
Quando o jovem ingressa na vida acadêmica, muitos bancos oferecem o serviço de conta universitária (ou conta jovem). Geralmente o cartão disponibilizado é o de débito, (aquele que consome o dinheiro da conta) mas também podem oferecer crédito.
4. Cartão pré-pago ou mesada
O cartão pré-pago é voltado para qualquer idade, nele, o titular insere uma certa quantia de dinheiro que é destinada para o uso do dependente. Funciona basicamente como uma mesada, permitindo que o jovem realize compras físicas ou online.
5. Cartão para Jovens que já trabalham
O cartão de crédito para o jovem trabalhador funciona de forma parecida com o cartão para o jovem emancipado, mas é necessário que ele passe por uma análise de crédito e comprove sua renda mensal.
Construir uma intimidade com as questões e assuntos financeiros é fundamental para reverter os sentimentos negativos, as dúvidas e dificuldades em lidar com o dinheiro, garantindo, desta forma, a tomada de decisões acertadas e uma mudança de mentalidade que ajudando no processo de reconhecer e entender o dinheiro como uma ferramenta, ou recurso, no qual é preciso ter controle, sem nunca se deixar controlar.